O trocadilho, em referência a frase freudiana escolhida pelo prefeito Bruno Cunha Lima ao se pronunciar sobre o infortúnio que atingiu sua família na semana passada (“O homem é dono do que cala e escravo do que fala. Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”.), é o começo de uma longa missiva que transborda altivez, serenidade e legítimas preocupações cristãs.
Sim, Bruno, você tem razão: vivemos um instante de enfermidade da sociedade, cujas chagas ficaram ainda mais expostas a partir do universo virtual.
Não é normal nem tampouco aceitável conviver com o volume de ódio que as redes sociais produzem.
Ódio que vem acompanhado pela falta de empatia e profunda indiferença em relação as dores do outro.
Neste instante tão diferente, o choro é tratado com escárnio.
A ferida alheia é cavucada sem piedade.
A intolerância vai às últimas consequências, como ocorreu na família de Walkiria Santos.
E – mais uma vez concordo – ninguém pode ser responsabilizado pelas escolhas dos outros.
Cada um tem seu próprio arbítrio. E seu próprio ônus.
Pluralizar responsabilidades é pegar uma carona leviana para atacar e destruir vidas inocentes.
O desabafo é revelador e também alertador:
Do outro lado dos portais virtuais há gente como a gente. E a dor alheia de hoje pode ser o sofrimento particular no amanhã.
Precisamos secar essas chagas a partir de um remédio efetivamente curativo:
O exercício pleno do que vem a ser cristão.