Antes das eleições de 2018, o deputado Federal Jair Bolsonaro, então candidato a presidente da República, tinha entre seus interlocutores na Paraíba três nomes. jovem Tercio Arnaud, seu assessor, Julian Lemos e Marcelo Queiroga. Como sabemos, Julian Lemos foi eleito deputado federal pelo partido PSL. O médico Marcelo Queiroga, apresentado a Bolsonaro ainda na campanha de 2018 por seu filho 01, Flavio Bolsonaro.
Já eleito, Bolsonaro chamou outro paraibano, por indicação do deputado federal eleito Julian Lemos, o procurador da Fazenda Nacional e pastor evangélico Sérgio Queiroz.
No decorrer do governo, como sabemos, o deputado Julian Lemos se tornou desafeto de Bolsonaro. O pastor Sérgio Queiroz, que exercia função técnica, contudo, permaneceu no governo federal, incialmente como auxiliar dos ministros Dalmares e Onyx Lonrenzoni.
Em 2020, Bolsonaro indicou o médico Marcelo Queiroga para uma das diretorias da ANS, agência que regula planos de saúde, mas antes que o paraibano fosse sabatinado no Senado foi convocado por Bolsonaro para ser ministro da Saúde.
Outros paraibanos passaram a também a integrar o entorno de Bolsonaro, ainda na época das eleições municipais de 2020: o deputado estadual Cabo Gilberto Silva e o delegado Wallber Virgulino, o último foi candidato a prefeito de João Pessoa pelo partido Patriotas.
Em 2021, ao assumir o ministério da Saúde, Marcelo Queiroga passou a integrar o núcleo próximo de Bolsonaro, sendo um dos principais ministros da esplanada. Queiroga, ainda hoje, é citado como um doa mais leais ao ex-presidente da República.
Em 2022, Bolsonaro se filiou ao partido Liberal e o deputado federal Wellington Roberto ficou mais próximo, sendo alçado a posição de destaque. Wellington Roberto emplacou seu filho, Bruno Roberto como candidato ao Senado Federal, após Queiroga decidir permanecer no Ministério da Saúde.
Durante o processo eleitoral as forças Bolsonaristas se dividiram e candidato ao senado pelo partido liberal não decolou. Com muitas divergências internas, emergiram os nomes do comunicador Nilvan Ferreira e o pastor Sérgio Queiroz, ambos foram muito bem votados pelo chamado campo da direita, obtendo o maior número de votos na região metropolitana de João Pessoa, como candidatos ao governo e Senado. O cabo Gilberto Silva foi o mais votado para deputado federal na capital do estado e o delegado Wallber Virgulino também foi campeão de votos para Assembleia Legislativa. Apesar de ter sido reeleito para Câmara dos Deputados, Wellington Roberto saiu enfraquecido do processo eleitoral.
Em 2023, com o excelente desempenho de Gilberto Silva para Câmara dos Deputados, a executiva nacional alçou Gilberto ao comando do diretório municipal de João Pessoa, com nítida perda de espaço dos Roberto na Paraíba.
O Partido Liberal, em face do resultado eleitoral de 2022, resolveu apoiar o ex-ministro Marcelo Queiroga como pré-candidato a prefeito de João Pessoa, com a simpatia explícita do casal Bolsonaro. Queiroga se filiou ao partido em cerimônia muito prestigiada.
Desde então, obteve o aval da executiva estadual do PL na Paraíba. Para alguns o deputado Wellington Roberto se beneficiou do prestígio nacional de Queiroga para recuperar o espaço perdido na Paraíba. É certo que a preferência de Bolsonaro por Queiroga mudou a cena das eleições municipais em João Pessoa, mas quem conhece o ex-ministro sabe que ele não aceitará ser massa de manobra nas mãos dos políticos de seu partido.
Queiroga tem personalidade e história para liderar a sua própria campanha e “pacificar” as forças de direita na Paraíba. Com fala conciliadora, elogia seus correligionários de João Pessoa, bem como outros integrantes mais à direita, como o pastor Sérgio Queiroz.
Em suas redes sociais Queiroga tem defendido, de forma intransigente, sua gestão durante a pandemia e o governo Bolsonaro. Além disso, tem criticado seus correligionários, como o próprio Wellington Roberto, que votou com o governo Lula em relação a reforma tributária e novo arcabouço fiscal.
O discurso de Queiroga é sintonizado com a pauta de costume do governo Bolsonaro e com a agenda liberal na economia.
Não há dúvida do alinhamento de Queiroga com Bolsonaro, sem dúvida ele seguirá a risca as orientações políticas do ex-presidente.