O ato do prefeito de Santa Rita Emerson Panta, de expurgar a Cagepa em uma operação açodada que deixou a população sem água por 48 horas, além de deixar de fora um bairro inteiro (estamos falando de Várzea Nova, excluído do processo), é muito mais irresponsável do que se percebeu no início dessa novela sucupiriana.
Além das suspeitas nada republicanas que sobrevoam o contrato firmado com a tal Ane, a nova concessionária de quem ninguém nunca ouviu falar, a decisão de Panta se refletirá sobre a Paraíba como um todo, especialmente nos municípios mais pobres de nosso Estado.
Ele ignorou ou finge ignorar, o papel social da Cagepa para garantir saneamento básico em toda a Paraíba. Um esforço imenso que vem sendo feito há décadas para levar dignidade em forma de água tratada a mais de quatro milhões de paraibanos.
Um esforço que ameaça ruir pelas mãos irresponsáveis de Emerson Panta, desequilibrando o sistema de saneamento básico da Paraíba.
A conta é a seguinte: os filés desse sistema, entre os quais figuram João Pessoa, Campina Grande e Santa Rita, todos superavitários, permitem que a Cagepa roa o osso dos pequenos municípios, onde não é possível ter retorno de todos os investimentos feitos para garantir a água nas torneiras.
É esse equilíbrio tão sensível que Emerson Panta permite romper com suas aventuras irresponsáveis.
Os paraibanos haverão de dar parte da resposta que o prefeito de Santa merece ouvir em outubro, nas urnas, ignorando sua esposa Jane Panta, candidata a deputada estadual.
O restante virá da justiça mesmo, que tem em mãos a oportunidade de restaurar esse equilíbrio tão necessário.
