Tenho acompanhado durante todo o dia alguns coleguinhas fazendo críticas aos vereadores de João Pessoa por causa de uma licitação realizada para a contratação de serviços de telefonia móvel. Pela descrição, a empresa vencedora terá que fornecer, em regime de comodato, 35 aparelhos celulares para serem usados por vereadores e diretores da Casa. O que eu tenho mais ouvido é: “que absurdo!”, “mas em plena pandemia?”
Para quem está por trás de um microfone e que é pedra, é fácil criticar. Mas vamos analisar o caso. Conheço o presidente Dinho. É um homem honrado e cumpridor dos seus deveres. Por isso mesmo, antes de qualquer avaliação precipitada ou mal intencionada, fui conhecer o contrato. Ah, é um contrato novo? Não, este mesmo contrato de prestação de serviços existe desde a época que Durval Ferreira comandava a Casa.
Então me pergunto: os outros poderes não disponibilizam celulares para os seus integrantes mais graduados? Falo do governo do Estado, da Assembleia, do Tribunal de Justiça… A resposta é: fornecem. Então os valores do contrato são impraticáveis? Me pergunto. Vou olhar o montante e vejo que poderá chegar a R$ 415 mil em dois anos. Digo poderá porque esse é o valor de referência. Quem quiser ganhar a concorrência, terá que apresentar valor menor.
Quando a gente faz as contas, vê que o contrato máximo será de pouco mais de R$ 17 mil mensais para os 35 aparelhos. Uma das empresas de telefonia habilitadas para o certamente desistiu por char que o valor era inexequível. Sim, foi a Vivo. Se alguém tomar o cuidado de checar, o documento está no processo licitatório. A escolha por iPhones foi explicada. É questão de segurança. O sistema IOS é realmente mais seguro. Tem gente sofrendo todo dia com golpes e invasões de aparelhos.
Quando você divide os R$ 17 mil pelos 35 aparelhos chega a pouco mais de R$ 400 para custear a conta de celular e o aluguel do produto. Sim, porque o aparelho não é do vereador. Se ele perder, vai ter que pagar do próprio bolso. E não poderia deixar de lembrar que o celular, hoje, é a principal ferramenta de transparência do mandato parlamentar. Os vereadores, os deputados estaduais e os federais usam as redes sociais para divulgar suas ações.
Então, para resumir, resta dizer que vi muito exagero e pouco fato nessa pseudo polêmica. É fácil, então, entender que os vereadores estão sendo pressionados por não estarem querendo atender interesses não republicanos de alguém. Depois de checar todos os dados, não tenho como não me solidarizar com o presidente Dinho e com cada um dos vereadores da Casa. Se eles não usassem o aparelho para prestar contas da atuação parlamentar, aí, sim, seria um absurdo.