A vida é cheia de coincidências surpreendentes. Quando cheguei a João Pessoa, recebi um alerta de vários colegas sobre o prefeito do Conde, Aluísio Regis, dizendo que ele era valente. Isso me deixou um pouco desconfiado quando o encontrei durante uma viagem com a comitiva do meu amigo Rogeraldo Campina, mas para minha surpresa, Aluísio se revelou uma pessoa extremamente animada.
Durante a viagem em um ônibus locado por Campina para pegarmos o voo em Recife, Aluísio nos fez rir com suas histórias e brincadeiras, tornando a jornada muito mais alegre. Ele interagiu com todos, tirando sarro de uns e de outros, fazendo o tempo voar enquanto nos dirigíamos para Recife.
Essa viagem tinha um propósito especial, pois estávamos indo ao Rio de Janeiro para assistir à final do Campeonato Carioca, que colocava Flamengo e Botafogo frente a frente. Eu imaginava que as brincadeiras de Aluízio tinham terminado na van, mas estava completamente enganado.
Quando entramos no avião e nos preparávamos para um breve cochilo, uma cobra gigante, idêntica a uma cobra real, surgiu no corredor do avião. Foi um verdadeiro caos, com todos gritando e se assustando. Vale ressaltar que todos a bordo eram passageiros do grupo de Campina.
Após o tumulto, descobrimos que a tal cobra era, na verdade, uma brincadeira elaborada por Aluísio Regis. Hoje, enquanto preparo minhas malas para mais uma viagem ao Rio, para assistir a outra final do Flamengo no Maracanã, recebi a triste notícia do seu falecimento.
Aluísio, sempre fomos pé quente juntos, nunca perdemos uma final no Maracanã quando estávamos lá. Sei que é apenas o jogo de ida, mas vou torcer e trazer essa vitória em sua homenagem. Vá com Deus, meu amigo. Suas brincadeiras e alegria farão muita falta. Aluísio estava longe, muito longe de ser um santo, mas também muito mais longe do que o diabo que pintavam.