Ontem (4), abri o programa Ô Paraíba Boa, que apresento todos os dias das 7 às 9 e meia da manhã ao lado de Ângelo Medeiros e Bruno Filho, fazendo minha homenagem a João Pessoa, a terra que me acolheu 16 anos atrás. Que minha Cajazeiras não fique com ciúmes, pois a cidade que nasci vive e continua a pulsar todos os dias em meu coração e jamais dele sairá, mas João Pessoa me adotou e me tratou como se filho legítimo dela fosse. Porque João Pessoa é assim, uma mãe de braços abertos disposta a abraçar quem a procura em busca de trabalho, de oportunidades e de paixões.
Se Cajazeiras me abriu caminhos, realizou meu sonho de criança de comandar um microfone, primeiro na rádio comunitária na qual dei meus primeiros passos, a Cidade FM, depois na Alto Piranhas, que me projetou como radialista para toda a Paraíba, João Pessoa deu àquele garotinho anônimo, mas cheio de sonhos, que corria de pés descalços pela Camilo de Holanda, que nasceu para se comunicar com o mundo, muito mais do que ele um dia ele imaginou ser e ter.
Sempre que penso em João Pessoa me pego a cantar Cidade Grande, de Flávio José (“Cidade grande, moça bela, tu tens o cheiro da ilusão, quem passou na tua janela, já conheceu a solidão”), porque me lembra que foi assim que eu me senti quando cheguei aqui em 2007. Depois do medo e da solidão, com uma rapidez inesperada, vieram as vitórias profissionais e pessoais que aqui comecei a ter.
Em João Pessoa, sem falsa modéstia, me tornei um dos seus maiores comunicadores, falando nos microfones mais importantes que esse estado tem, como os do Sistema Correio, que ainda hoje permanece um sonho de qualquer comunicador. Na Correio, não fui apenas um radialista, como tantos que tem ou passaram por lá. Me tornei apresentador de TV e também administrador do maior sistema de comunicação da Paraíba, reunindo o comando de três diretorias. O mesmo aconteceu no Sistema Arapuan, onde, além de radialista e apresentador de TV, fui também superintendente.
Em João Pessoa, também aprendi a ser empreendedor. Fundei aqui uma das mais influentes revistas, a PoliKa, depois de A Carta. Fui também proprietário do PB Agora, do Política PB, do Blog do Gordinho e agora do Fonte 83.
Também senti em João Pessoa o fel das amarguras, da inveja, dos falsos amigos, porém, eu posso dizer sem medo de errar que o mel que a capital me deu, que saboreio até hoje não apenas em minhas lembranças, foi em quantidade muito maior. Como disse, João Pessoa abraça com carinho, afeto e amor qualquer um que chegue até ela em busca das oportunidades, que são muitas, e para nela morar e se apaixonar. Porque quem aqui chega para viver é impossível que não se apaixone.
E é nessas horas que eu agradeço a Deus: como o Senhor foi generoso comigo. Aqui constitui minha família, fui pai de três filhos, aqui fiz amigos que jamais esperei encontrar na capital. Aqui amadureci e, nas felicidades e amarguras, me tornei uma pessoa melhor.
Tudo isso foi muito mais do que um dia eu sonhei para mim, como diria o rei Roberto Carlos, porque nenhuma dessas conquistas eu pedi nem a Deus nem a João Pessoa, mas ambos me concederam essas vitórias.
No aniversário de 438 anos de João Pessoa, nada tenho a pedir à cidade que me adotou como filho, apenas agradecer por tudo.
É tudo que hoje tenho a dizer. Obrigado, João Pessoa!