A espada na cabeça de João Azevêdo; por Fabiano Gomes

Por Fonte83 - 30/03/2022

É máxima no futebol: se você juntar uma seleção de grandes jogadores, mas não tiver um comando firme para acomodá-los na equipe com muita sabedoria e discernimento, o time não conseguirá o rendimento almejado. Na Paraíba, podemos dizer que esta máxima futebolística está valendo, também, para a política.

A confusão que se instalou entre os aliados do governador João Azevêdo, que tenta manter a unidade de seu time até chegar a Copa do Mundo, ou seja, as eleições deste ano, tem lhe trazido mais dores de cabeça do que qualquer ressaca braba.

João chega às eliminatórias da Copa, o período da pré-campanha, acumulado mais problemas na base do que soluções. Primeiro perdeu sua vice-governadora, Lígia Feliciano, junto com o esposo, o deputado federal Damião Feliciano e o PDT.

Depois perdeu Veneziano, que por ser Senador da República, Vice-presidente do Senado Federal e presidente de um grande partido na Paraíba, o MDB, poderia ser considerado o seu maior aliado no Estado, sobretudo em Campina Grande, sua base política.

No rastro da perda de Veneziano e do MDB perdeu também o PT, partido que esteve aliado com João em 2018, ajudando-o a se eleger, que vinha mantendo apoio ao seu governo, mas que seguiu o caminho de Veneziano para formar chapa com Lula para o pleito vindouro.

Em seguida perdeu o União Brasil e Efraim Filho, muito mais pela demora em definir critérios que pudessem acomodar Efraim e Aguinaldo no mesmo grupo, do que por qualquer outro motivo.

Aliás, alguém tem dúvida de que se João tivesse chamado os dois para uma conversa, no início de tudo, definido critérios que ambos concordassem, colocasse as duas vagas disponíveis na chapa (vice-governador e Senador) na mesa, para uma definição através do diálogo, o fim não teria sido outro? Neste caso, a estratégia de “empurrar com a barriga” deu no que deu.

E agora, pra completar, João tem um imbróglio maior que o Maracanã inteiro instalado no seio de sua base aliada: os deputados de João, instalados no Republicanos – como já disse aqui, o Centrão Paraibano – não votam em Aguinaldo, provável Senador de João, mas em Efraim, provável Senador de Pedro.

E Aguinaldo, agora o único entre os aliados do governador que pode, com musculatura, formar com João uma chapa forte para a eleição, fala grosso e impõe condições: diz que só vai para a disputa junto com João, como seu companheiro de chapa ao Senado, se o governador resolver a pendenga com o Republicanos.

Se o imbróglio não for resolvido, João terá que se contentar em convocar um jogador de base para o lugar que deveria ser ocupado por um craque.

Será que, como no futebol, a saída seria mudar o comando do time?

Se for, chama o Tite.