O novo retrato social da Paraíba mostra que o modelo tradicional de família está mudando. Dados do Censo Demográfico 2022, Nupcialidade e Família, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (5), revelam que as uniões consensuais, aquelas sem registro civil ou religioso, ultrapassaram pela primeira vez os casamentos formais no estado. O levantamento também aponta crescimento expressivo nas separações e no número de pessoas morando sozinhas.
Segundo o Censo, 51% dos paraibanos com 10 anos ou mais vivem em união conjugal, um leve aumento em relação a 2010, quando eram 50%. No entanto, o tipo de relacionamento mudou: 40,1% dessas uniões são consensuais, contra 36,2% há 12 anos. Já os casamentos civil e religioso caíram de 39,9% para 36,4%.
O casamento apenas religioso teve a maior queda proporcional, recuando 24,6% no período, de 86 mil para 65 mil pessoas. Por outro lado, as uniões apenas civis cresceram 18,2%, totalizando mais de 343 mil pessoas. A tendência, segundo o IBGE, reflete mudanças culturais e econômicas, com muitos casais optando por viver juntos sem formalizar a relação, seja por convicção, praticidade ou custo.
Outro dado que chama atenção é o aumento das dissoluções conjugais: 18,8% dos paraibanos já viveram uma separação, eram 14,7% em 2010. O estado ocupa o 9º lugar no ranking nacional e o 2º no Nordeste em número de pessoas que encerraram uma união.
A diversidade também ganha espaço. As uniões homoafetivas cresceram quase 18 vezes em 12 anos, passando de 888 para 16 mil pessoas em 2022. Hoje, elas representam 0,9% do total das uniões na Paraíba, com 61% formadas por mulheres.
Quando o assunto é estrutura familiar, o Censo mostra que as famílias com casais e filhos deixaram de ser maioria. Em 2010, representavam 56,5% das famílias paraibanas; agora, são 46,6%. O grupo que mais cresceu foi o de casais sem filhos, que dobrou sua participação e já soma um quarto das famílias do estado.
Outro fenômeno em alta é o dos lares unipessoais, formados por apenas uma pessoa. Em 2022, eles já somavam 225 mil domicílios, um salto de 110% em 12 anos, e respondem por 16,5% das residências da Paraíba. A maioria desses moradores vive sozinha após os 60 anos e se declara parda.
O levantamento também mostra que as mulheres continuam à frente da responsabilidade familiar: 14,1% das paraibanas cuidam sozinhas dos filhos, percentual superior à média nacional (13,5%).
O novo retrato traçado pelo Censo confirma uma reconfiguração silenciosa, mas profunda nas relações afetivas e familiares no estado. A Paraíba acompanha a tendência nacional de transformações nos lares brasileiros — com menos formalidade, mais diversidade e um número crescente de pessoas optando por viver sozinhas.
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