O secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho de João Pessoa, Bruno Farias, afirmou nesta sexta-feira (31) que o prefeito Cícero Lucena (MDB) não deixou espontaneamente a base do governador João Azevêdo (PSB), mas foi “colocado para fora”. A declaração foi dada em entrevista à BandNews FM João Pessoa, e ocorre no momento em que o prefeito oficializa sua saída do Progressistas (PP) e confirma filiação ao MDB, legenda pela qual deve disputar o Governo da Paraíba em 2026.
“Será que foi Cícero que saiu ou foi ele que foi colocado para fora dessa base? Ele foi colocado para fora”, provocou Bruno, ao criticar o isolamento político que o prefeito teria sofrido por parte de aliados do Governo.
Segundo o secretário, Cícero Lucena tomou uma decisão “corajosa e legítima” ao romper com o grupo governista, destacando que o prefeito tem alta aprovação popular e liderança consolidada em João Pessoa. “Um gestor com aprovação elevadíssima e o dobro das intenções de voto do segundo colocado não poderia se esconder. A voz das ruas impõe decisões. Cícero foi corajoso ao ouvir o povo e se colocar novamente à prova”, disse.
Críticas à postura da base e de aliados de João
Bruno Farias também criticou a postura de setores da base governista, especialmente após o encontro entre Cícero e João Azevêdo, na Granja Santana, que terminou sem reconciliação. Segundo ele, o prefeito saiu da reunião disposto a manter o diálogo institucional, mas logo depois começou a ser alvo de “ataques de todos os lados”. “Você já viu Cícero atacar João, Aguinaldo, Daniela ou Lucas? Não. Ele sempre foi elegante e ordeiro. Mas apanha de todo lado e ainda dizem que ele saiu por vontade própria”, afirmou.
O secretário ainda ironizou o comportamento de lideranças que, segundo ele, rejeitam até mesmo o apoio político do prefeito. “Cícero disse que pretendia votar em João para o Senado, mas os gestos do governador são de repulsa. Rejeitar o voto de alguém que quer lhe apoiar não é um atestado de inteligência política”, disparou.
Bruno também afirmou que não pretende insistir em apoiar quem não demonstra reciprocidade política. “Se João rejeitar o meu voto, eu não voto. Porque em uma eleição quem pede o voto é o candidato, não o eleitor. Eu não mendigo voto a ninguém”, completou.
O secretário citou o ex-governador José Américo de Almeida ao dizer que “pedir voto só humilha quem não dá”, defendendo que o respeito mútuo deve pautar as alianças políticas.
Crise no PSB
As declarações de Bruno Farias ocorrem em meio a um ambiente de tensão na base governista, com críticas públicas trocadas entre aliados do PSB. O vice-prefeito de João Pessoa, Leo Bezerra (PSB), também fez duras críticas ao secretário de Estado da Administração, Tibério Limeira, acusando-o de tentar “criar palanque pessoal” e de “colocar pessoas para fora do partido”.
Os atritos internos envolvem ainda o deputado federal Gervásio Maia (PSB) e evidenciam uma crise de articulação dentro do PSB, enquanto nomes como Cícero Lucena e aliados buscam novos espaços de diálogo político em torno das eleições de 2026.
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