Justiça converte prisão de vereador Wagner de Bebê em preventiva, e parlamentar segue para presídio do Valentina

Por Lucas Duarte / Fonte83 - 17/10/2025

Vereador de Santa Rita, Wagner Lucindo de Souza (PSD), conhecido como Wagner de Bebé.

O vereador de Santa Rita, Wagner Lucindo de Souza, conhecido como Wagner de Bebé (PSD), teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva durante audiência de custódia realizada na manhã desta sexta-feira (17). A decisão da juíza prevê prisão especial, e o parlamentar será encaminhado para o presídio do Valentina, em João Pessoa.

Wagner foi preso na quinta-feira (16) durante uma operação conjunta da Polícia Civil da Paraíba (PCPB), no âmbito de uma investigação sobre homicídios registrados em Santa Rita. A ação tinha como foco um mandado de prisão temporária, mas, segundo os advogados, durante a abordagem policial, foram encontradas duas armas de fogo — uma pistola e um revólver — em um veículo que não pertenceria ao parlamentar, o que resultou também em um auto de prisão em flagrante.

A segunda audiência de custódia, referente à prisão temporária, estava prevista para ocorrer na tarde desta sexta-feira. A prisão se relaciona à investigação da morte de um homem, ocorrida na última segunda-feira (13), no bairro Bebêlândia.

Defesa contesta legalidade da prisão

O advogado Alberdan Coelho, que integra a defesa do vereador, afirmou que a prisão foi ilegal e que a busca no veículo não estava autorizada judicialmente. “Há uma pescaria probatória. As armas não estavam com ele, o carro não é de sua propriedade e não havia mandado para a busca”, disse. Ele confirmou que a equipe jurídica já prepara um habeas corpus ao Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB).

Outro advogado do caso, Luiz Pereira, afirmou que a prisão foi feita “para investigar e não com base em provas concretas”, o que, segundo ele, contraria os princípios legais. “A ordem constitucional é investigar para prender, e não o inverso. Estamos diante de um processo prematuro, que se baseia em indícios frágeis e contraditórios”, argumentou.

Luiz também ressaltou preocupações com o estado de saúde do vereador. “Ele sofre de claustrofobia e chegou a ter um surto dentro da cela. Foi atendido pelo SAMU e encaminhado ao Hospital de Trauma com o ombro deslocado. Vamos solicitar a conversão da prisão em domiciliar, por razões médicas”, explicou.

A defesa também contesta a relação de Wagner com o veículo onde as armas foram encontradas. “Ele não estava no carro, nem o carro pertence a ele. A ligação feita pela polícia não se sustenta. O vereador nega qualquer envolvimento com as armas ou com o crime investigado”, completou Luiz Pereira.

Investigação em andamento

O inquérito está a cargo da DRACO (Delegacia de Repressão ao Crime Organizado) e da DESARME (Delegacia de Repressão a Entorpecentes e Armas). Os próximos dias serão decisivos para o avanço das apurações e para a definição do destino jurídico do vereador.

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