O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (União Brasil), não poupou elogios à postura do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (sem partido), após seu rompimento com o bloco governista. Durante agenda administrativa nesta quinta-feira (2), Bruno defendeu abertamente a participação de Cícero no campo da oposição para as eleições de 2026.
“Cícero enxergou o que já se percebia há muito tempo: não havia espaço para ele naquele grupo. E entendeu a tempo de seguir um novo rumo”, declarou Bruno, em entrevista repercutida no programa Meio Dia Paraíba, da Rádio POP FM.
O campinense foi além e acenou com a possibilidade de abrir as portas da oposição para o prefeito da capital: “Se ele está disposto a somar, pode naturalmente sentar-se à mesa com todos nós que fazemos a oposição. Não existe lugar marcado. O único lugar fixo é o do cidadão, é o do eleitor”, ressaltou.
A fala é mais um capítulo da turbulência política que envolve Cícero Lucena desde que ele anunciou, no início de setembro, sua desfiliação do Progressistas (PP) e lançou oficialmente sua pré-candidatura ao Governo do Estado em 2026. Em sua justificativa, o prefeito atribuiu a decisão ao “incentivo popular” e ao reconhecimento de sua gestão à frente da capital paraibana.
A saída causou forte reação do PP, que acusou o prefeito de “impulso individualista” e traição à aliança que o elegeu em 2020. A sigla reafirmou o apoio ao vice-governador Lucas Ribeiro (PP) como o nome natural à sucessão de João Azevêdo (PSB) e acusou Cícero de abandonar o projeto coletivo.
Nos bastidores, cresce a expectativa de que o prefeito de João Pessoa se filie ao MDB, legenda comandada na Paraíba pelo senador Veneziano Vital do Rêgo, com quem vem mantendo conversas frequentes. A possível aliança entre os dois — Cícero para o governo e Veneziano à reeleição ao Senado Federal — pode mexer o xadrez eleitoral da base governista e unificar setores hoje fragmentados da oposição. A movimentação de Bruno Cunha Lima reforça esse cenário. O prefeito de Campina Grande, mostra disposição para abrir diálogo e construir uma frente ampla de oposição.
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