O secretário executivo da Participação Popular de João Pessoa, Thiago Diniz, comentou nesta quinta-feira (25) as tensões políticas envolvendo o prefeito Cícero Lucena (sem partido) e integrantes do PSB, após o gestor municipal deixar o Progressistas (PP) e comunicar ao governador João Azevêdo (PSB) sua pré-candidatura ao Governo da Paraíba em 2026. Em entrevista ao Programa Ô Paraíba Boa, da rádio 100. 5 FM, ele negou que haja uma ruptura definitiva e classificou o cenário como um “desarranjo contornável”.
“Não se joga um projeto de cinco anos no lixo. Essa parceria entre o governo do Estado e a Prefeitura tem sido muito exitosa. O governador faz um viaduto, o prefeito calça um bairro. É um trabalho conjunto que segue”, afirmou.
Thiago é filiado ao PSB, assim como o vice-prefeito Leo Bezerra e outros auxiliares diretos da gestão municipal, e frisou que todos participaram da construção política tanto de Cícero quanto de João Azevêdo desde 2018. “Nós vestimos a camisa do governador em 2018 e em 2022. Quando houve a aliança com Cícero, fizemos o mesmo. Agora, por questões de conjuntura eleitoral e leitura de pesquisas, o prefeito entendeu que era hora de se colocar como pré-candidato. Mas isso não significa rompimento”, afirmou.
As declarações de Thiago ocorrem em meio ao aumento da tensão política após Cícero oficializar sua saída do PP, partido da base de Azevêdo, e anunciar pré-candidatura ao governo estadual em 2026. A decisão gerou reação do PSB, que criticou o gesto como “impulso individualista” e reafirmou apoio ao vice-governador Lucas Ribeiro (PP) como nome do grupo para a disputa.
Para Thiago, a decisão de Cícero foi baseada no “apelo popular” e na sua alta aprovação, que ultrapassa os 70%, segundo pesquisas internas. Ele também defendeu o direito do prefeito de buscar uma legenda que abrace seu projeto. “Se você tem aprovação, se está bem colocado nas pesquisas, por que negar isso ao povo? Cícero saiu do partido de forma elegante e segue em busca de uma sigla que o acolha”, pontuou.
Nos bastidores, cresce a expectativa de que Cícero se filie ao MDB, partido comandado na Paraíba pelo senador Veneziano Vital do Rêgo. Ambos mantêm conversas frequentes e podem compor uma chapa majoritária em 2026.
Mesmo com a mudança de rumo, Thiago acredita que o diálogo com o governador João Azevêdo não está encerrado. Ele lembrou que o próprio Cícero já manifestou apoio ao nome de João para o Senado Federal em 2026. “Estamos falando de dois gestores experientes, maduros. Tudo é contornável. João é o maior governador da história da Paraíba, e Cícero é quem mais governou João Pessoa. Eles saberão se entender”, finalizou.
Assista abaixo a entrevista de Thiago Diniz no programa “Ô Paraíba Boa”:
As razões do favoritismo de Cícero Lucena – Por Flávio Lúcio
