A primeira reunião da CPI dos Combustíveis, realizada nesta terça-feira (9) na Câmara Municipal de João Pessoa, foi marcada por reviravolta e muita confusão. Cinco dos sete membros da comissão se posicionaram contra a permanência do vereador Raoni Mendes (DC) na presidência e defenderam a realização de eleição direta para a escolha de um novo comando.
O movimento foi liderado pelos vereadores Fábio Lopes (PL), Fábio Carneiro (Solidariedade), Mikika Leitão (Republicanos) e Guguinha Moov Jampa (PSD), que endossaram o pedido de afastamento. Na justificativa, Fábio Carneiro destacou que as declarações públicas de Raoni em defesa dos empresários do setor comprometem a imparcialidade da CPI.
“Com a questão de ter tido aqui nessa Casa já declarações e posicionamentos dele no tocante à CPI dos combustíveis, eu acredito que essa comissão, o presidente, o relator, todos têm que ser 100% imparciais, receber todos os requerimentos, colocar em votação e ser o mais transparente e democrático possível”, afirmou Carneiro.
O vereador Guguinha também voltou a criticar Raoni, lembrando que ele já declarou não existir cartel em João Pessoa, o que, segundo ele, inviabiliza sua liderança. Guguinha chegou a ameaçar deixar o colegiado caso o pedido não fosse votado. “A gente tem que decidir e tem que votar esse requerimento aqui. Eu não vou estar aqui para servir de chacota para ninguém. Se não for aceito, eu prefiro me retirar da comissão”, disse.
Raoni Mendes, por sua vez, reagiu com firmeza às pressões. Ele afirmou que não pretende abrir mão da presidência e que, se necessário, levará a questão à Justiça. “A gente não pode fazer pré-julgamento anteriormente à minha condução aqui. Se houver alguma conduta que macule os trabalhos da CPI, aí sim vocês poderiam fazer qualquer observação”, rebateu.
Já o relator da CPI, vereador Tarcísio Jardim, tentou acalmar os ânimos e pediu foco no objetivo principal da comissão, que é investigar possíveis irregularidades no setor de combustíveis. “A gente vai investigar o que tiver de indícios e materialidade delitiva. Claro, a gente também não vai fazer politicagem, não vai fazer oba-oba de publicar alguma coisa que não possamos comprovar”, afirmou.
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