O prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (União Brasil), voltou a sinalizar uma ampliação no arco de alianças da oposição para 2026 e deixou claro que o grupo está de portas abertas para novas adesões — incluindo o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), deputado Adriano Galdino (Republicanos).
A declaração foi feita na noite dessa segunda-feira (1º), durante a posse do novo procurador-geral de Justiça da Paraíba, Leonardo Quintans, no Teatro Paulo Pontes, em João Pessoa. Bruno foi direto ao comentar a instabilidade política dentro da base do governador João Azevêdo (PSB) e fez um convite velado às lideranças insatisfeitas com o atual cenário.
“Desde as eleições de 2022, temos caminhado juntos, fortalecendo um projeto que não é apenas eleitoral, mas um projeto de Paraíba. A base do governo tem mostrado sinais claros de desgaste e tem faltado espaço para lideranças importantes”, avaliou Bruno.
Ao mencionar nominalmente Cícero e Adriano, o prefeito campinense não escondeu a expectativa de contar com o apoio de ambos no campo oposicionista. “Se essas lideranças, a exemplo do prefeito Cícero, entenderem que não há espaço dentro do projeto do governo e quiserem somar forças conosco, claro que a oposição estará aberta ao diálogo”, reforçou.
Bruno também comentou que mantém conversas constantes com os principais nomes do seu campo político e defendeu que o bloco oposicionista chegue unificado à disputa de 2026, já no primeiro turno. “Sou defensor do diálogo permanente. Temos conversado para consolidar, quem sabe, uma chapa única já desde o início da campanha”, afirmou.
A fala de Bruno acontece dias após o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, e o senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB–PB) aparecerem juntos em agenda no Brejo paraibano — um movimento que reacendeu as especulações sobre a saída de Cícero do PP e sua eventual candidatura ao Governo do Estado. No mesmo evento, o deputado federal Mersinho Lucena (PP) também participou da comitiva.
No dia seguinte, na solenidade de posse de Leonardo Quintans, uma foto chamou atenção nos bastidores da política: Cícero, Adriano, Veneziano e Bruno Cunha Lima foram flagrados em um registro conjunto. A imagem, lida como simbólica, ganhou força após entrevista de Veneziano nesta segunda-feira, em que o senador afirmou que tanto Cícero quanto Adriano estariam sendo excluídos das articulações da base governista para 2026.
Impasse na base
A possível candidatura de Cícero Lucena à sucessão de João Azevêdo vem tensionando a base aliada. Setores ligados ao vice-governador Lucas Ribeiro (PP), especialmente o grupo liderado pelo deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP), pressionam para que o nome do vice seja consolidado como cabeça de chapa. Enquanto isso, Cícero adota tom mais reservado, evitando confronto direto, mas sinalizando que poderá construir um caminho próprio — ainda que isso signifique mudar de partido.
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