O presidente estadual do Progressistas na Paraíba, Enivaldo Ribeiro, se manifestou nesta segunda-feira (1º) sobre os sinais de que o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), pode deixar o partido para disputar o Governo do Estado em 2026 por outra legenda. Em entrevista ao Correio Debate, da Rádio Correio 98 FM, o ex-deputado federal não escondeu o incômodo com a possibilidade e classificou a atitude como falta de gratidão.
“Às vezes eu fico sem acreditar. Uma das coisas mais importantes que aprendi na vida, nestes meus 90 anos é a gratidão”, disse Enivaldo, ao comentar as recentes movimentações de Cícero.
O dirigente do PP também reiterou que o nome natural da legenda para a disputa estadual é o do vice-governador Lucas Ribeiro (PP), seu neto. A pressão dentro da base aliada para que Lucas assuma a cabeça de chapa em 2026 já vem sendo articulada por setores ligados ao deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP), tio de Lucas.
Diante do cenário, Enivaldo alertou Cícero sobre as possíveis consequências políticas de uma ruptura com o partido: “Tenho certeza que, se ele sair do partido, não será bom para ele. A imagem dele não vai ficar boa, na minha opinião. Se você está aqui com a gente, todo mundo trabalhando junto, todo mundo amigo…”, afirmou.
Sinais de afastamento
As declarações de Enivaldo ocorrem no rastro da agenda que uniu Cícero Lucena ao senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB–PB) no último domingo (31), em Borborema, no Brejo paraibano. Os dois estiveram juntos em evento público e posaram para fotos, reforçando os rumores de uma possível aliança para 2026 — com o MDB surgindo como provável destino partidário para Cícero, caso a saída do PP se concretize.
A movimentação de Cícero intensifica o racha dentro da base governista, que até aqui tentava manter um discurso de unidade. A disputa pela indicação ao governo, no entanto, escancara um conflito de interesses entre dois grupos com peso dentro da gestão João Azevêdo (PSB): o núcleo ligado aos Ribeiro, que controla o PP na Paraíba, e o entorno político do prefeito da capital.
A tendência, ao que tudo indica, é de que o embate se intensifique à medida que 2026 se aproxima — e que as movimentações atuais passem a definir, com mais clareza, quem permanecerá de fato no mesmo palanque.
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