Dois advogados com experiência na área criminal avaliaram a prisão preventiva do influenciador paraibano Hytalo Santos, detido nesta quarta-feira (14) em operação que apura crimes de tráfico humano e exploração sexual infantil. Enquanto Raphael Medeiros classificou a medida como “totalmente midiática” e baseada em fatos antigos, Iarley Maia vê um cenário complexo para que o influenciador seja solto em curto prazo, mas também questiona a real necessidade da custódia.
Para Raphael Medeiros, especialista nas áreas cível e criminal, a prisão não se sustenta sem fatos novos que justifiquem a urgência. “As denúncias e investigações já vinham sendo feitas, são fatos antigos. De uma semana para cá, pelo que vi, não tem fatos novos, a não ser que tenha algo nos celulares apreendidos. Mas, se foi feito com base no vídeo do Felca, são fatos antigos”, disse. Ele também criticou a execução da busca e apreensão, apontando falta de preparo e problemas no cumprimento do mandado. Na visão do jurista, medidas como monitoramento eletrônico e proibição de contato com envolvidos seriam suficientes neste momento.
Já o advogado criminalista Iarley Maia, atuante desde 2014 na Paraíba, Pernambuco e Brasília, afirmou que dificilmente Hytalo será liberado após a audiência de custódia, pois o ato serve principalmente para verificar se o mandado foi cumprido conforme a lei. Ele lembrou que o influenciador já estava com redes sociais suspensas, proibido de contatar supostas vítimas e havia sido alvo de buscas e apreensões. “A vida dele, que levou aos problemas pelos quais está sendo investigado, já havia sido desestruturada. Se ele continuaria a agir daquela forma, é algo incerto”, avaliou.
Iarley destacou ainda a suspeita, citada pelo magistrado, de que a casa de Hytalo foi “esvaziada” antes do cumprimento de um mandado, o que poderia ser interpretado como obstrução à Justiça — embora ele considere essa conclusão polêmica. Para Medeiros, apenas provas novas oriundas da apreensão de aparelhos eletrônicos, demonstrando participação em organização criminosa ou crimes mais graves, justificariam a prisão. Apesar das ponderações, o advogado acredita que, diante da pressão social e da complexidade do processo, o influenciador deve permanecer preso por algum tempo.
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