A presidente eleita do PT na Paraíba, a deputada estadual Cida Ramos classificou como “traição política” a aliança firmada pelo senador Efraim Filho (União Brasil–PB) com o Partido Liberal (PL), anunciada oficialmente nesta sexta-feira (25), em evento com a ex-primeira-dama do Brasil Michelle Bolsonaro (PL), em João Pessoa. Para ela, a nova composição rompe com os compromissos assumidos por Efraim com o eleitorado paraibano e com o atual governo federal.
Em entrevista ao programa Arapuan Verdade, da Rádio Arapuan FM, Cida foi enfática ao cobrar que o senador devolva os cargos que ocupa por indicação no Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Efraim não pode jogar a responsabilidade para o presidente Lula. Isso não é ético. Se ele está aderindo ao bloco bolsonarista, que vá, mas entregue o que não é dele”, disparou a parlamentar.
Alinhamento com o bolsonarismo
Na ocasião, Michelle Bolsonaro anunciou o nome de Efraim como pré-candidato ao Governo da Paraíba nas eleições de 2026, com o apoio do núcleo duro do bolsonarismo. O presidente estadual e ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga também foi confirmado como pré-candidato ao Senado Federal na chapa encabeçada pelo grupo.
Para Cida Ramos, a aproximação de Efraim com o PL já era sinalizada nos bastidores. A deputada lembrou que, em diversas agendas recentes, o senador evitou mencionar Lula ou o governo federal — mesmo ocupando espaço na estrutura administrativa federal por meio de aliados nomeados.
“Ele está indo para um campo político que atua contra os interesses do povo brasileiro, contra a economia nacional, e a favor de pautas entreguistas. Não é surpresa, mas é lamentável. Ele se elegeu com discurso de centro e agora adere ao extremismo bolsonarista”, completou.
Mudança de campo e tensão política
A reação da presidente estadual do PT se dá num contexto de polarização crescente entre os blocos lulista e bolsonarista. A aliança entre Efraim e o PL deve provocar realinhamentos no cenário paraibano de 2026, acirrando a disputa eleitoral no estado.
Além disso, a nova configuração pode criar embaraços institucionais para cargos de confiança ligados ao senador, como as superintendências dos Correios e da Codevasf na Paraíba — que devem ser revistos pelo governo federal diante da ruptura política.
Cida Ramos assume oficialmente a presidência do Partido dos Trabalhadores na Paraíba no próximo dia 13 de setembro, mas já atua como voz central da legenda nas decisões estratégicas.
Leia Mais: Após aceno à direita, Efraim Filho entrega cargos no Governo Lula e se projeta para 2026
+ Michelle Bolsonaro oficializará chapa da direita da Paraíba nesta sexta-feira em evento do PL
+ ✅Clique aqui para seguir o canal do “FONTE83” no WhatsApp e fique bem informado