Ronaldo Cunha Lima, o poeta que decretou que o mês de Junho nunca mais seria o mesmo – Por Fabiano Gomes

Por Fabiano Gomes - 14/06/2025

Houve um tempo em que o mês de junho era apenas mais uma página no calendário. Até que um homem, com alma de poeta e olhar de visionário, decidiu reescrevê-lo. Quando Ronaldo Cunha Lima assumiu a prefeitura de Campina Grande, não foi apenas a caneta do gestor que guiou seus passos, mas o coração de um sonhador que ousou misturar cultura com identidade, arte com pertencimento.

Foi ele quem decretou — sem precisar de lei, mas com a força da paixão — que o mês de junho seria, dali em diante, do povo nordestino. E mais: que Campina Grande seria o epicentro da alegria, o coração pulsante do forró, o berço do maior São João do mundo.

Talvez nem ele soubesse, naquele instante inaugural, que sua decisão deixaria de ser apenas um projeto cultural para se tornar um fenômeno sociológico. O São João de Campina já nasceu gigante, como os sonhos de Ronaldo. E ali, no compasso das sanfonas e no cheiro de milho assado, o Brasil passou a enxergar o Nordeste não apenas como uma região — mas como um palco onde a tradição dança de mãos dadas com a ousadia.

Porque não foi só uma festa que Ronaldo criou. Foi uma tendência. Uma inspiração. Uma ousadia tão poética quanto política: transformar uma cidade do interior em referência continental. Hoje, de Caruaru a Natal, de Patos a Petrolina, todos celebram um pedacinho daquilo que ele sonhou. E mais: todos, de alguma forma, copiaram Campina — mesmo sem jamais alcançar sua essência.

Quem, senão um poeta, teria a coragem de transformar 30 dias de festa em um símbolo permanente da nossa cultura? Quem, além de um homem apaixonado pelo seu povo, daria aos forrozeiros um mês para chamar de seu?

Por isso, quando Wesley Safadão, Xand Avião, João Gomes, Nattan e tantos outros sobem ao palco e veem multidões embaladas por suas músicas, talvez não imaginem… Mas foi graças a um prefeito poeta que tudo isso é possível. Foi graças a Ronaldo Cunha Lima que junho virou sinônimo de pertencimento, de identidade, de festa — e de poesia.