Secretário executivo de Inovação do Governo do Estado e ex-candidato derrotado a prefeito de Campina Grande, o advogado André Ribeiro (PDT) é aquele caso típico do aspirante a político disposto a tudo para mostrar serviço – mesmo que isso signifique deixar o ódio embaçar seu bom senso e passe a posar de ridículo na ribalta.
Acabei de ver aqui um vídeo recente postado por André nas redes sociais. Ataca ferozmente a Prefeitura pelo modelo de administração público-privado do Maior São João do Mundo adotado pela gestão do prefeito Bruno Cunha Lima (União Brasil).
O ex-postulante ao cargo de Bruno Cunha Lima teria uma série de pontos questionáveis para atacar o prefeito de Campina Grande, mas decididamente fustigar o atual modelo de gestão do São João da cidade é de uma estupidez à toda prova. Vamos aos fatos.
Para uma festa com 38 dias ininterruptos de realização, Campina Grande livra o cofre municipal diretamente, pelo menos, uns 30 milhões de reais, entre estrutura, grade artística e o pagamento de um exército de trabalhadores. Na gestão do ex-prefeito Romero Rodrigues, já tinha havido um avanço, com a PMCG assumindo parcialmente a conta do São João.
Por força do edital, o município RECEBEU dinheiro da empresa Arte Produções Eventos e Estruturas, pelo direito de exploração da marca, imagem e gestão do evento. E mais: a Arte ainda topou abrir um escritório em Campina Grande para garantir que, de todos os contratos por ela celebrados, a arrecadação de impostos fique na cidade.
Não fosse tudo isso, bastaria destacar que o próprio Tribunal de Contas do Estado da Paraíba (TCE-PB) já apontou o modelo adotado em Campina como referência para a grande maioria dos municípios que comprometem dinheiro do contribuinte em farras juninas irrigadas com dinheiro público, para pagamento de cachês estratosféricos a artistas.
Diante de tudo isso, a picuinha de André Ribeiro parece mais um mal fadado exercício de retórica alinhavado às pressas do que uma crítica bem fundamentada. Mas, talvez, seja aquele velho problema do ódio embaçando a razão.
Até hoje, o ex-candidato a prefeito ainda não se recompôs de uma alfinetada desferida contra ele pelo adversário reeleito Bruno Cunha Lima num dos debates da campanha. “O senhor é um _tigrão_ no momento de atacar a gestão de Campina Grande, mas _tchuthuca_ na hora de avaliar as falhas dos outros concorrentes aliados”, disparou Bruno. Doeu.