O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos–PB), afirmou nesta quinta-feira (29) que o Congresso está esgotado com sucessivos aumentos de impostos e que a sociedade “não aguenta mais pagar a conta”. A declaração foi dada após reunião do Colégio de Líderes, em meio à pressão contra o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), recentemente anunciado e parcialmente recuado após reação do mercado.
Segundo Motta, a Câmara optou por não votar imediatamente os Projetos de Decreto Legislativo (PDLs) que revogariam o aumento, para dar ao governo dez dias para apresentar uma solução alternativa. No entanto, ele alertou: se não houver proposta viável, a Casa poderá derrubar o decreto.
“O governo precisa aproveitar o momento para apresentar uma proposta estruturante. Aumentar imposto toda vez que cresce a despesa é a fórmula da instabilidade econômica”, afirmou.
Para o deputado, enfrentar o desequilíbrio fiscal requer medidas como revisão de isenções, reforma administrativa e mudanças na desvinculação de receitas. “Só assim será possível melhorar o ambiente econômico e atrair investimentos”, completou.
Motta também rebateu críticas ao uso de emendas parlamentares, classificando como injusta a tentativa de “criminalizar” esse instrumento: “Criminalizar emenda é criminalizar a política. Essas verbas têm levado desenvolvimento a regiões que, se dependesse apenas dos gabinetes de Brasília, continuariam invisíveis.”
Apesar da tensão, o presidente da Câmara defendeu o diálogo com o Executivo como caminho para evitar rupturas: “Não queremos tocar fogo no país. Temos responsabilidade. Mas o governo precisa dar uma resposta.”
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