Possível federação entre PSB e Cidadania: na Paraíba, já rolou ‘match’; por Feliphe Rojas

Por Feliphe Rojas - 13/05/2025

PSB e Cidadania discutem federação partidária

Enquanto PSB e Cidadania discutem uma possível federação em Brasília, na Paraíba essa união já tem história, frutos e sintonia política. O que está em jogo nacionalmente, na prática, é apenas a formalização de um casamento político que, por aqui, já mostrou que funciona.

O Cidadania tem um papel estratégico na base do governador João Azevêdo (PSB), não apenas como sigla de apoio, mas como espaço de militância histórica e lealdade política. Basta lembrar que foi o Cidadania que abrigou João, Tibério Limeira e outros aliados em 2019, após o então governador Ricardo Coutinho tomar o controle do PSB. Foi nesse cenário que Nonato Bandeira, atual secretário de Comunicação e militante histórico do partido, se manteve como figura de articulação e resistência, mantendo vivo um espaço para o grupo de João dentro do campo progressista.

Mais do que uma acolhida momentânea, o Cidadania ajudou a consolidar o projeto político de João Azevêdo. Em 2020, foi o partido que elegeu o vice-prefeito de João Pessoa, Léo Bezerra, hoje no PSB, e, junto com o grupo de João, contribuiu para a eleição de 42 prefeitos em todo o estado. Uma base robusta que dialoga com a ideia de federação: soma de forças, alinhamento ideológico e projeto coletivo.

Essa base mútua de confiança e resultados é o que diferencia a situação paraibana da realidade em outros estados, onde fusões e federações entre partidos muitas vezes nascem por conveniência eleitoral e morrem por falta de identidade programática. Aqui, PSB e Cidadania já operam como aliados orgânicos. Dividem espaços na gestão, defendem pautas semelhantes e têm lideranças que caminham lado a lado há anos.

Como destacou o secretário Tibério Limeira em entrevista hoje ao Ô Paraíba Boa, o PSB pretende ter papel de protagonismo na chapa de 2026 — seja ocupando a vaga ao Senado, com o próprio João Azevêdo, seja indicando o nome para a vice-governadoria. Uma federação com o Cidadania reforçaria esse protagonismo e ampliaria as possibilidades de articulação na montagem da aliança majoritária.

Com uma federação, os dois partidos ganham musculatura, ampliam o tempo de TV e rádio, facilitam a formação de nominatas e constroem um discurso mais coeso para o eleitorado. Mas, para além das vantagens técnicas, o ponto central é político: já há confiança mútua, afinidade ideológica e um histórico de vitórias conjuntas.