Ao Ô Paraíba Boa, Padre Mário Silva comenta legado do Papa Francisco: “A Igreja se transformou em um espaço de acolhimento”

Por Fonte83 - 23/04/2025

Na manhã desta segunda-feira, o programa Ô Paraíba Boa da Rádio 100.5 FM entrevistou o Padre Mário Silva, pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, no 13 de Maio, e responsável pela comunicação da Arquidiocese da Paraíba. O padre falou sobre o impacto do falecimento do Papa Francisco, um dos pontífices mais admirados da história recente da Igreja Católica, e as mudanças que ele trouxe para o cristianismo.

A morte do Papa Francisco pegou a todos de surpresa, especialmente porque, no domingo de Páscoa, o Papa participou ativamente das celebrações. “Era um momento em que estávamos tranquilos em relação à saúde do Papa, e de repente, a notícia da sua morte foi um choque”, afirmou Padre Mário.

O pároco destacou o significado da benção Urbi et Orbi, dada pelo Papa no domingo de Páscoa, como um gesto de despedida. “Foi uma despedida muito bonita e marcante, um momento que ficará na memória de todos os católicos. Ele, em sua fraqueza, ainda foi capaz de se aproximar das pessoas e transmitir sua benção”, comentou o padre.

Quando questionado sobre o legado do Papa Francisco, Padre Mário destacou que o pontificado do Papa se caracterizou pela “continuidade”, mas também pela “abertura da Igreja”. “O Papa Francisco foi um homem ortodoxo na fé, mas ao mesmo tempo fez a Igreja avançar em temas difíceis e sensíveis. Ele falou de acolhimento, de perdão e, principalmente, da aceitação do outro, seja qual for sua orientação”, disse o padre.

Uma das falas mais impactantes do Papa Francisco, que ressoou na Igreja e no mundo, foi sobre a acolhida às pessoas LGBTQIA+. Em diversas ocasiões, Francisco disse que “quem busca a Deus, quem é ele para julgar?”. Para o Padre Mário, esse posicionamento foi uma revolução silenciosa no interior da Igreja Católica. “Foi uma forma de tornar o acolhimento uma prática concreta, sem pré-julgamentos”, afirmou o pároco.

Em sua entrevista, o padre também ressaltou que a Igreja Católica não pode ser vista através de um espectro político. “Muitas vezes rotularam o Papa como um esquerdista, mas ele era antes de tudo um jesuíta, comprometido com a simplicidade e com o serviço aos mais pobres”, explicou Padre Mário, lembrando que a missão do Papa era, acima de tudo, levar o evangelho a todos, sem discriminação.

Olhos agora se voltam para o futuro da Igreja. Padre Mário, como membro ativo da Igreja Católica, expressou suas expectativas para o próximo pontificado. “Esperamos que o próximo Papa dê continuidade ao trabalho de Francisco, mantendo o foco na acolhida, no amor ao próximo e em temas importantes como a paz mundial e os desafios das novas tecnologias”, afirmou.

O Padre também mencionou que o conclave já está se preparando para eleger o novo Papa, com reuniões que, após o sepultamento de Francisco, iniciarão as discussões sobre a direção que a Igreja tomará.

O falecimento de Papa Francisco, sem dúvida, marca o fim de uma era de transformações e desafios, mas também o começo de uma nova fase para a Igreja Católica. O pontificado de Francisco será lembrado como um marco de inclusão, acolhimento e, principalmente, de compromisso com o amor cristão.